Ricardo Reis
Nada Fica
Nada fica de nada.
Nada fica de nada.
Nada somos. 
Um pouco ao sol e ao ar nos atrasamos 
Da irrespirável treva que nos pese 
Da humilde terra imposta, 
Cadáveres adiados que procriam. 
Leis feitas, estátuas vistas, odes findas - 
Tudo tem cova sua. 
Se nós, carnes 
A que um íntimo sol dá sangue, temos Poente, por que não elas? 
Somos contos contando contos, nada. 

 
 
.jpg) 
 
Sem comentários:
Enviar um comentário