Le luxe, ce n'est pas le contraire de la pauvreté mais celui de la vulgarité
Coco Chanel (1883 - 1971)
Esta frase vem transcrita no suplemento Primus, do Público de 17 de Novembro de 2007. Numa espécie de editorial, Fernando Correia de Oliveira, pessoa de que nunca ouvi falar, introduz esta frase, e faz vários comentários. Refere inclusive que: "Stéphane Benoit-Godet, director da revista francesa Bilan aponta, certeiro, quando diz que o luxo "passou de cartão de visita de uma elite, na sua origem, para se transformar em acessório de moda". E prevê que luxo, sendo como foi sempre o que é caro e inútil, será cada vez mais o que é raro.
Será que realmente haverá que considerar que está a ocorrer uma alteração no contorno da palavra luxo? E não estaremos perante uma questão muito superficial? De um certo prisma, talvez não. Há realmente uma modificação, no aspecto em que o desenvolvimento da produção, ligado à evolução das tecnologias, levou a que muitas coisas cuja posse ontem seria um luxo hoje já não o é. Contudo constata-se que, da parte de certos eleitos (estará correcto este termo?), permanece uma ânsia de diferenciação do comum dos mortais. E o editorialista remata assim: "Luxo, verdadeiro luxo, nos dias que correm, é também ser indiferente a essa busca de reconhecimento social".
Pessoalmente, acho haver uma grande ambiguidade nessa afirmação. Quem quer escapar à vulgaridade (como Coco Chanel parece encorajar) procura com certeza o reconhecimento social. Não me parece realmente que Fernando Correia de Oliveira tenha detectado essa contradição com a sua frase final.
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1 comentário:
Bom dia
o primus - objectos de prazer é um suplmento anual do público que vai na sua sétima edição, sendo o único no seu género (imprensa generalista) que procura abordar o luxo nas suas várias vertentes - produção e consumo; economia e social; cultura e património.
o artigo editorial que refere tem abaixo da assinatura o meu site, www.fernandocorreiadeoliveira.com, onde poderá saber um pouco mais do trabalho que venho desenvolvendo, nomeadamente em "bio".
quanto à interpretação que faz das minhas palavras, na sua opinião em aparente contradição com o que cito de coco chanel, é uma das possíveis. a minha é mais "não vale a pena ser reconhecido pelo sopeiral, seja ele mesmo podre de rico". há sinais de reconheciemnto social que estão apenas ao alcance de "alguns", dependendo esses "alguns" de um círculo social para outro.
obrigado por ter lido o primus e
ao dispor
fernando correia de oliveira
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