quinta-feira, 26 de agosto de 2010

Poesia - A Vamp



Era uma vez, sozinho, numa noite
Escura, cerrada, sem luar
Daquelas em que não há quem se afoite
A sair à rua, nem para ver o mar

Na varanda a fumar um cigarro
Cosido à parede, bem abrigado
Ao ver passar, lentamente, um carro
Ao volante uma vamp com ar chateado

Pensei que talvez procurasse alguém
Desci a minha escada a correr
E disse-lhe que procurava eu também

Deu uma gargalhada e respondeu
Que até preferia já ali morrer
Do que aturar um teso como eu


Ver Estrolábio, 23 de Agosto de 2010, http://estrolabio.blogspot.com/2010/08/joao-machado-e-vamp-no-espaco-verbarte.html 

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