Li La Mandragola, na tradução portuguesa de Carmen González, publicada em 1970 pela Editorial Estampa (colecção Clássicos de Bolso). Tem uma interessante introdução feita pelo então Adido Cultural da Embaixada de Itália em Lisboa, Riccardo Averini, que sublinha a vitalidade e universalidade desta comédia, que ainda hoje é perfeitamente representável. Cita Macaulay, que achava que Maquiavel se tivesse dedicado exclusivamente ao teatro, teria sido um dos maiores dramaturgos de todos os tempos.E termina referindo que os grandes escritores portugueses do século XIX se interessaram por Maquiavel, e mostraram uma grande compreensão pela sua obra.
Capa da edição portuguesa de 1970 |
Editorial Estampa
La Mandragola foi publicada em 1518. Terá sido escrita cerca de 1512, quando Maquiavel preparava De principatibus (nome original de O Príncipe). Trata-se de uma comédia de costumes, sobre um jovem que procura seduzir uma jovem, história que talvez fosse banal se esta não estivesse casada com um velho rico e tonto. Praticando uma série de vilanias, e com o apoio de gente pouco recomendável, os jovens vencem as barreiras que os separam. Melhor dito: o jovem consegue o seu intuito, com o consentimento da jovem. Maquiavel faz uma crítica cerrada à sociedade em que vive, começando pelos casamentos por interesse e pela condição feminina (desculpem, mas está bem claro que Maquiavel não concorda com o tratamento das mulheres como mercadoria), continuando pela venalidade dos costumes e acabando na ignorância generalizada.
Sem comentários:
Enviar um comentário