sexta-feira, 21 de outubro de 2011

Linha Inquebrável, de Fiama Hasse Pais Brandão (1938 - 2007)






O plátano, o poço, em cada reino
são a mediação do húmido e da flora.
Uma horda invade, o vento absorve
a folha digitada: mão
que, à beira, oferece o gládio ao próximo,
ao alheio; o huno vence
o huno; o cuteleiro cria
o símbolo inox; habitam, habita-se as arcas
que o inverno transmutou em hastes.
Que boca sustentar entre esta mina funda
e o omnívoro rebento?
Que procriar, num espaço com dois pólos,
poço, plátano e a atracção fono-
gráfica: ouves a terra com os pilares de hélio,
com um reino e o habitante
sem o nexo. No magro inverno o espólio
é o ventre (de palavras) dourado nesta tarde em
que nada é vão. E o vão está cavado
em poliester.

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