Fui hoje ver esta peça ao Teatro Municipal de Almada. A produção é da Companhia de Teatro de Almada (CTA) e do Teatro dos Aloés. Encenação de Bernard Sorel, com a colaboração de Francis Seleck e assistência de Sophie Vignaux. Fomos 35, a Leninha e eu, numa iniciativa (mais uma) da Cooperativa Alves Redol.
Sean O'Casey (1880-1964) foi uma das figuras mais importantes da literatura irlandesa. Apoiante desde cedo dos movimentos nacionalistas e das tradições irlandesas, afastou-se do nacionalismo e aderiu ao socialismo cerca dos trinta anos. Exerceu durante muito tempo profissões pouco qualificadas. Escreveu em jornais, publicou versos e textos sobre a revolução irlandesa. As suas primeiras tentativas no teatro fracassaram, mas em 1923 o Abbey Theatre aceitou produzir The Shadow of a Gunman. A seguir vieram Juno and the Paycock (1924) e The Plough and the Stars (1926). Houve distúrbios no teatro quando esta última peça foi apresentada, O'Casey sofreu ataques de nacionalistas e do meio literário de Dublin, e, muito encolerizado, acabou por se exilar em Londres.
Esta peça, que fui ver hoje, The Plough and the Stars (A Charrua e as Estrelas) é iminentemente pacifista. Descreve o ambiente em Dublin durante a revolta da Páscoa de 1916, numa perspectiva anti-belicista. Tempera a apresentação do sofrimento humano com imagens satíricas, usando de uma enorme compaixão pelas fraquezas dos vários actores sociais. É muito boa, e o trabalho da CTA de grande craveira.
Sobre Sean O'Casey ver a enciclopédia Collier's e os textos da CTA.
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